
O que aconteceu com os grandes focos do carnaval no Brasil? Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife? Pouco a pouco acabou assumindo falsos valores. Não era mais uma festa de família, não era mais uma festa de brincantes, mas sim uma festa com o objetivo claro de levar as pessoas à alienação de si mesmo pelas drogas, alienação do valor do seu corpo pela prostituição, alienação da sua vontade pelo alcoolismo, pela bebida. Então aquilo que era uma festa para a família brincar, ela não pode mais participar.
Por um lado as escolas de samba mostrando a nudez como se fosse o maior valor e isso patrocinado por um grande canal de televisão, e vende isso para o mundo inteiro. O Brasil é conhecido como o país do carnaval e do futebol;e daí que nós precisamos recuperar o grande sentido comunitário que se manifesta no carnaval e no futebol, que o Brasil é um país de gente que aprendeu a ser família, a ser irmão.
Precisamos de propostas que levem as pessoas a experimentarem a alegria. Não adianta de nada dizer para a pessoa não ir lá, porque se a pessoa vai e experimenta a alegria e a alegria é sensível, Santo Tomás de Aquino aqui precisa ser lembrado, ele dizia que tudo aqui que chega na razão humana passa pelos sentimentos. A alegria que a pessoa sente lá é uma alegria real. Aquela música, aquela batucada, a beleza, o conjunto da obra, leva as pessoas a viverem uma alegria. Agora, eu só vou convencer as pessoas de que existe uma alegria maior, levando-as a experimentar a verdadeira alegria. Eu só vou conseguir mostrar para as pessoas que existe uma música que me eleva além de me alegrar, à medida que as pessoas cantando nossas músicas, dançando nossas canções experimentem uma alegria que não é regada com bebida e com droga. É com valores com algo objetivo, retomando Santo Tomás, passando pelos sentimentos, pelas emoções que nós vamos atingir os corações das pessoas
O que mais se fala nos desfiles das escolas de samba é a palavra comunidade. “A comunidade da vila tal”, “a comunidade de não sem da onde”. Por quê? Porque ali tem todo um esforço comunitário; é preciso renunciar muita coisa para estar lá, gente que passa lá dia e noite, trabalhando e gastando; gente que paga caro para desfilar porque aquilo é fruto de expressão comunitária, a comunidade está ali, mas mal usada. É mesma coisa que uma faca: Você tem uma faca em casa para cortar legumes, frutas, descascar alguma coisa para cozinhar, mas esta mesma faca pode matar alguém. È mais ou menos o que acontece com a cultura.
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